segunda-feira, 5 de março de 2012

"O Reverso da Medalha" Revisitado

Leitura é um hábito meu desde a tenra idade. Em minha adolescência costumava devorar livros. Ao entrar na universidade, fugir deles não era opção. Porém, a partir de um momento comecei a dividi-los com séries e filmes, dos quais sempre gostei. Com o passar do tempo, a divisão não era igualitária e os longas ou curtas ganharam mais espaço que as páginas com suas histórias não menos interessantes.

Percebendo o desastroso ocorrido, há algum anos venho retomando as tramas impressas. Dostoiévski, Luis Fernando Veríssimo, Sthendall, entre outros começaram e/ recomeçaram (timidamente) a fazer parte de meu mundo. Alguns lidos com imensa sede, outros abandonados após as cem primeiras páginas.



Ano passado, esse exercício tornou-se mais contínuo. Este ano não está sendo diferente. Após terminar a leitura de "1822", Pus em minhas mãos um livro que, depois de vinte anos, decidi relê-lo - "O Reverso da Medalha".



Há quem não ache Sidney Sheldon uma leitura recomendável, ou que suas obras sejam literatura. Pouco me importa. Se há um autor que tenha instigado ainda mais minha busca pelo mundo da ficção, nas páginas de um livro, foi este senhor.
 Então, qual não foi o prazer de receber de minha amiga x o presente que eu havia informado que gostaria de ganhar. Qual não foi a sensação estranha de reler cada página como se fosse a primeira vez ainda que não fosse; o desejo de saber o que viria a seguir já sabendo, porque saber o que ocorreria não implicava o como seria. Devorei as 590 páginas de "O Reverso da Medalha" da mesma maneira que em 1980 e lá vai bolinha. Os planos, tramas de Jamie Mcgregor, Kate Blackwell e seus descendentes prendem o leitor do início ao fim da trama e, novamente, assim o fez comigo.

Ainda que tenha me divertido muito com a releitura, não posso deixar de dizer que a crítica me visitava no desenrolar da trama. Não posso me furtar a dizer que a história me fez lembrar  novelas com suas voltas e reviravoltas mirabolantes, seus personagens maquiavélicos capazes de tudo para alcançar seus objetivos, suas mocinhas lindas, ricas e belas, etc. em algum momento pensava que estava com os olhos mirados nos antigos e bons folhetins da Globo. Sim, eu gosto de novelas. Não assisto hoje porque a qualidade é consegue ser inferior à péssima.



 A história das gêmeas que toma boa parte do livro é a clássica visão de gêmea boa e gêmea má - e vamos às novelas "Mulheres de Areia", "A Usurpadora", "Cara e Coroa"...  A certa altura me pegava rindo das tramoias da "evil" gêmea e me perguntando "Será que existe alguém tão ruim assim?". Pergunta tola. Como o mundo atual nos mostra,  a vileza é característica predominante em um número sem par de pessoas.

Embora tenha tal característica, isso de modo algum transforma-se em algo negativo. Muito pelo contrário. Sheldon maneja muito bem os artifícios que mantém o leitor fixado no enredo, seja ele rocambolesco ou não.

Se ainda não leu "O Reverso da Medalha", cujo título original é "Master Of The Game" - que eu acho muito mais apropriado, dê-lhe uma chance. Atrevo-me a dizer que não irá se arrepender.






Nenhum comentário:

Postar um comentário